Mais de 5B em dividas: Gigante n°1 dos carros entra em falência e é soterrada por rombo bilionário

Crise e colapso: Marelli entra com pedido de falência e expõe fragilidade estrutural no setor após rombo bilionário
E uma gigante nº1 dos carros, vista como uma das principais fornecedoras globais de componentes automotivos, entrou em falência nos Estados Unidos após ficar soterrada em dívidas que ultrapassam os US$ 5 bilhões.
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A Marelli, uma empresa, que fornece sistemas eletrônicos, iluminação e outros módulos cruciais para montadoras como Nissan, Jeep e outras marcas do grupo Stellantis, sucumbiu diante de uma combinação de fatores que vêm pressionando duramente o setor automotivo desde 2020.

O caso evidencia como a instabilidade econômica global, as mudanças regulatórias e a corrida pela eletrificação têm imposto um fardo cada vez mais insustentável para empresas que operam em larga escala, com margens cada vez mais estreitas.
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Nesse contexto, a partir de informações coletadas através do Notícias Automotivas, a equipe especializada em economia do TV Foco, traz mais detalhes desse colapso e seus efeitos:
A origem:
A Marelli foi criada em 2019 a partir da fusão entre a japonesa Calsonic Kansei e a Magneti Marelli, antiga divisão da Fiat Chrysler comprada pelo fundo norte-americano KKR.
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A ideia era criar uma fornecedora global de grande porte, capaz de competir com os gigantes do setor em inovação, escala e presença internacional.
A empresa passou a operar com mais de 170 unidades em 24 países e cerca de 40 mil funcionários.
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Logo nos primeiros anos, no entanto, vieram os primeiros sinais de vulnerabilidade:
- Estrutura operacional inchada;
- Dependência de múltiplas cadeias logísticas;
- Forte exposição;
- Flutuações cambiais e comerciais.

Pandemia e a piora do cenário:
A pandemia de Covid-19 acentuou fragilidades internas da Marelli.
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A paralisação temporária das fábricas, a escassez de semicondutores e a volatilidade no fornecimento de matérias-primas comprometeram seriamente a capacidade de entrega da empresa.
O aumento dos custos operacionais, somado à pressão por prazos e à perda de contratos estratégicos, reduziu a rentabilidade.
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Nesse ínterim, a empresa passou a colecionar prejuízos sucessivos e passou a operar com fluxo de caixa limitado, situação que se agravaria nos anos seguintes com a instabilidade das encomendas por parte das montadoras.
Tarifas e pressão política:
A situação se deteriorou ainda mais a partir de 2023, com o avanço de políticas protecionistas nos Estados Unidos.
O novo pacote tarifário implementado pela administração Trump impôs sobretaxas pesadas sobre veículos e autopeças importados, atingindo diretamente empresas com operações globais e redes logísticas multinacionais.

A Marelli, cujo modelo de negócios depende da circulação internacional de insumos e produtos acabados, foi especialmente impactada.
Afinal de contas, a empresa passou a pagar tarifas elevadas em múltiplas etapas da sua cadeia produtiva, o que reduziu drasticamente sua competitividade e ampliou o déficit operacional.
Uma aposta elétrica que virou armadilha
Ao mesmo tempo, a empresa apostava alto na transição para a eletrificação da frota global:
- Reestruturou linhas de produção;
- Investiu em novas tecnologias;
- Adaptou sua engenharia para atender aos novos requisitos das montadoras.
No entanto, a realidade de mercado não acompanhou essa projeção.
A desaceleração da demanda por veículos elétricos a partir de 2024, combinada com a revisão de planos de produção por parte de montadoras como Ford, GM e Stellantis, reduziu significativamente o volume de pedidos.
A Marelli ficou com estoques excedentes, capacidade ociosa e contratos em renegociação, agravando ainda mais a crise de liquidez.
Pedido de falência e plano de reestruturação
Fatalmente, no dia 11 de junho de 2025, a Marelli formalizou seu pedido de proteção contra falência sob o Chapter 11 da legislação norte-americana.
A medida busca preservar as operações enquanto um plano de reestruturação é implementado.
A proposta aprovada por mais de 80% dos credores seniores prevê a conversão de parte da dívida em capital acionário, com transferência de controle da empresa para os credores.
A Marelli também assegurou um financiamento emergencial de US$ 1,1 bilhão para manter o funcionamento das fábricas e preservar empregos enquanto negocia sua reorganização.
Manifestações:
A Nissan, uma das principais clientes da Marelli, manifestou apoio à reestruturação e garantiu que buscará manter a estabilidade nas cadeias de suprimento.
Outras montadoras, como Stellantis e GM, não se pronunciaram publicamente. Internamente, a liderança da Marelli atribuiu o colapso a fatores exógenos:
- Os efeitos acumulados da pandemia;
- O aumento de custos operacionais;
- O desaquecimento da demanda elétrica;
- O impacto direto das tarifas comerciais.
A direção executiva sustenta que, sem esse último fator, a empresa teria conseguido manter sua sustentabilidade financeira.
Quais deverão ser os próximos passos da Marelli?
Por ora, a Marelli mantém suas operações em andamento, mas sob supervisão judicial e com cronograma apertado para cumprir metas de reestruturação.
As unidades produtivas seguem funcionando, embora parte do controle de gestão esteja em transição para os credores.
Mas, apesar de permanecer por enquanto ativa, o seu futuro depende da:
- Eficácia do plano de reorganização;
- Estabilidade do mercado automotivo nos próximos trimestres.
Conclusão:
Em suma, o colapso de uma das principais fornecedoras globais da indústria automotiva acendeu um novo sinal de alerta sobre os impactos acumulados das tarifas comerciais, da pandemia e da corrida pela eletrificação.
A Marelli, responsável por componentes como sistemas de iluminação e eletrônicos para montadoras como Nissan, Jeep e outras marcas do grupo Stellantis, entrou com um pedido de proteção contra falência após ver sua dívida atingir a casa dos US$ 5 bilhões.
Com mais de 40 mil funcionários espalhados pelo mundo, a empresa enfrenta há anos uma sequência de perdas financeiras e dificuldades operacionais.
Num cenário em que montadoras se adaptam lentamente aos desejos dos consumidores e aos desafios logísticos, empresas como a Marelli ficam expostas, sem margem para erros ou fôlego para sobreviver a choques consecutivos.
Mas, para saber mais sobre essas histórias de falências, retomadas e muito mais, clique aqui*.
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Autor(a):
Lennita Lee
Meu nome é Lennita Lee, tenho 34 anos, nasci e cresci em São Paulo. Viajei Brasil afora e voltei para essa cidade para recomeçar a minha vida.Sou formada em moda pela instituição "Anhembi Morumbi" e sempre gostei de escrever.Minha maior paixão sempre foi dramaturgia e os bastidores das principais emissoras brasileiras. Também sou viciada em grandes produções latino americanas e mundiais. A arte é o que me move ...Atualmente escrevo notícias sobre os últimos acontecimentos do cenário econômico, bem como novidades sobre os principais benefícios e programas sociais.