Uma das primeiras polêmicas da última edição do “Big Brother Brasil” não envolveu Ana Paula e nenhum outro participante do reality show. Uma esponja de lavar louça, no formato de um boneco negro com black power, causou indignação dos internautas e agora virou processo do Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro contra a Rede Globo
Participe agora do nosso grupo exclusivo do Telegram
O boneco só não chegou a ser usado na 16ª edição do BBB porque Ronan, que é negro, se sentiu ofendido e não deixou. “Ele (Ronan) identificou de pronto a inadequação do objeto e retirou o boneco da pia, passando a utilizá-lo como um simulacro de microfone”, relatam os procuradores da República Renato Machado e Ana Padilha Oliveira, autores da ação.
Entretanto, o boneco também foi utilizado no programa “Mais Você”, no mesmo dia de estreia do “BBB16”, o que gerou repúdio dos internautas. Mesmo assim, a emissora manteve o objeto no cenário do reality. “A representação do cabelo Black Power como esponja de pia faz uma clara alusão ao estereótipo racista do ‘cabelo para ariar panela’ ou ‘cabelo Bombril’, servindo apenas para reforçar o preconceito, ainda intrínseco a muitos setores da sociedade, desde a abolição da escravatura’”, argumentam os procuradores.
O cabelo estilo Black Power passou a ser utilizado pelos movimentos sociais antirracistas como instrumento político de afirmação estética e autoestima negras em oposição ao padrão caucasiano de beleza imposto pela sociedade. A conscientização que fomentou a luta por direitos civis igualitários estimulou também o orgulho da população negra sobre suas raízes africanas.
Receba nossas notícias diretamente no seu WhatsApp