No ar com Segundo Sol, que se passa na Bahia, a novela das nove da Globo fugiu do eixo Rio-São Paulo. A mudança vem após uma rejeição do público à tramas feitas apenas nas duas capitais da região sudeste e que retratavam muito a violência.
Após os fracassos de folhetins como Babilônia e A Regra do Jogo, a Globo constatou que o telespectador do principal horário de novelas passou a ter certa rejeição à histórias que traziam temas como violência urbana e se passavam no Rio ou em São Paulo.
Por isso, em 2016, o diretor de dramaturgia Silvio de Abreu promoveu uma mudança drástica na fila do horário das 21h e escalou Velho Chico, de Benedito Ruy Barbosa, para substituir A Regra do Jogo. Inicialmente, a história que se passa às margens do Rio São Francisco estava prevista para entrar no ar às 18h.
Diante dos problemas de audiência, os autores saíram dos grandes centros. Walcyr Carrasco levou as vinganças de Clara (Bianca Bin) em O Outro Lado do Paraíso para o Tocantins. Na sequência, João Emanuel Carneiro escolheu a Bahia como pano de fundo para a história de Beto Falcão (Emilio Dantas) em Segundo Sol, que de acordo com a sinopse, poderia se passar em qualquer lugar do país.
A partir de novembro, a Globo colocará no ar O Sétimo Guardião, que se passará na fictícia Cerro Azul, uma cidadezinha do interior de Minas Gerais, trazendo de volta o realismo fantástico. O novo folhetim, que será protagonizado por Marina Ruy Barbosa (Luz) e Bruno Gagliasso (Gabriel), será a terceira novela das nove fora do eixo Rio-São Paulo, algo inimaginável até alguns anos atrás.
Em partes, a mudança também se deve pela alteração do quadro de autores das 21h. Manoel Carlos, que costumava ambientar suas tramas no Leblon, e Gilberto Braga, “fã do Rio de Janeiro”, não escrevem mais para a faixa após traumas com fiasco de audiência.
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