Outro dia, enquanto caminhava com alguns amigos, passamos por um grupo de pessoas que falavam sobre os homossexuais nas novelas da rede Globo. Começamos a debater sobre esse assunto. Uma das questões levantadas foi a insistência dos autores e da Globo em inserir, nas novelas, um personagem homossexual que nunca é retratado da forma que presenciamos pessoas com essas características serem tratadas no dia-a-dia. Se para o grupo LGBTTT, por um lado, é importante esse tipo de personagem nas novelas para mostrar a inclusão desse grupo na sociedade e para combater o preconceito, por outro a maioria conservadora da população desaprova essa insistência. Vamos por partes.
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Em “Torre de Babel” (1998), a Globo viu a rejeição de seu principal produto devido, principalmente, à personagens lésbicas. Em “Mulheres Apaixonadas” (2003), a torcida do público para que as personagens Clara e Rafaela tivessem um final feliz juntas foi um grande avanço para a sociedade e para as novelas. Essa aprovação abriu portas para que outros personagens pudessem ser retratados de forma coesa e digna. A forma de abordagem do assunto nas duas teledramaturgias foi diferente: naquela as personagens tinham a relação assumida desde o começo, causando estranheza e certo repudio por parte do telespectador. Nesta, pelo contrário, Clara e Rafaela viveram o preconceito e o ódio das pessoas e familiares. O preconceito que vemos na sociedade e dentro de casa foi retratado de forma cuidadosa em uma época em que a palavra “homofobia” nem se quer existia ou não tinha tanta repercussão como hoje. Em “América” (2005), o personagem Junior, interpretado por Bruno Gagliaço, vivia o drama de ser homossexual. A dificuldade do personagem estava em não se aceitar, em se assumir para a família e em lidar com o preconceito.
Na maioria das novelas esse tipo de personagem é como uma caricatura: quando não é rico e bem sucedido, é totalmente “afetados” para que pareçam engraçados a ponto de serem ridicularizados e ofendidos nas ruas. O que quero dizer é que a sociedade está cada vez mais em retrocesso quando se fala em homossexuais. Exemplo disso são as personagens Clara e Marina, de “Em Família”, pois o casal dividiu o público. Enquanto nas redes sociais, dominadas por jovens, a aceitação era quase unânime, nas rodas de conversa a situação era outra. O público alvo julgava Clara por achar que ela “queria virar” lésbica. Criticavam o fato de ela querer largar a família e o marido doente para viver uma história de amor com Marina.
A forma como são contadas algumas destas histórias leva muitas pessoas a pensar que os homossexuais não sofrem preconceitos, que são respeitados, inteligentes e ricos. Já ouvi gente dizer que ser gay é garantia de sucesso. Essas histórias deveriam ser ricas em informações reais para que não haja esse tipo de pensamento ou ideias radicalistas.
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A Globo tem suas novelas presentes em boa parte dos meios de comunicação, e essa grande disseminação do conteúdo gera debates e interfere nas opiniões dos cidadãos. Por isso a emissora deveria ter cuidado para retratá-los de forma verossímil, visto que a dramaturgia é o espelho de nossa realidade.
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Texto escrito pelo leitor Thiago Leal.
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