Jornalistas da Record se revoltam com declarações de Levy Fidelix
30/09/2014 às 16h33
Por: Lucas Medeiros
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No debate presidenciável da Record houve uma polêmica por causa das declarações do candidato Levy Fidelix, quando Luciana Genro (PSOL) perguntou como ele enfrentaria os casos de agressões contra a comunidade gay no País.
Respondendo a indagação, ele afirmou que dispensava os votos de uma minoria que quer ter privilégios de maioria. Ele disse que se dependesse da comunidade gay, o País de quase 200 milhões de habitantes estaria reduzido a cem moradores.
O candidato declarou ainda que dois iguais não geram filhos e que o aparelho excretor não reproduz, além de não ser obrigado a aceitar o que vê diariamente em espaços públicos como a Avenida Paulista. “Lá a coisa é feia”, disse ele.
“Vamos enfrentar essa minoria. O mais importante é que esses, que têm esses problemas, realmente sejam atendidos no plano psicológico e afetivo, mas bem longe da gente, bem longe mesmo por aqui não dá”, afirmou em alto e bom tom.
Antes disso, ele já havia chocado a plateia ao dizer que drogados eram pessoas improdutivas. Esse tipo de comentário não deixou apenas os telespectadores do debate chocados, mas também os jornalistas da própria emissora.
Nos bastidores, de acordo com a coluna Em Off, ele foi chamado de babaca, idiota e incentivador do ódio e do preconceito. Alguns disseram que o candidato deveria ter saído da emissora direto para a cadeia.
Até a âncora do “Jornal da Record”, Adriana Araújo, que mediou o debate ao lado de Celso Freitas, declarou sua opinião sobre isso. Em seu Facebook, ela expressou a sua revolta por causa dos comentários que presenciou no domingo passado, dia 28.
“Como mediadora, jamais poderia me manifestar sobre a opinião de qualquer candidato. Por dever de ofício, como jornalista, durante as campanhas eleitorais não expresso minhas opiniões políticas. Assim preservo a isenção e a imparcialidade essenciais para desempenhar minha função nas sabatinas, entrevistas e debates.
Porém, por dever de cidadã, hoje preciso dizer que sou contra qualquer forma de preconceito e discriminação. Sou contra os que pensam que maiorias podem impor sua vontade, crenças e opções às minorias. Isso levaria ao massacre, à barbárie social. Por fim, sou a favor da lei que criminaliza a homofobia, que está no Congresso já há alguns anos e ainda não foi votada.
E creio, como cidadã, que em questões cruciais como essa, quem cala consente.”