Isso não passa de um golpe para que ele fique sabendo se ela é ou não uma mulher honesta, no entanto, Johnny verá o plano sendo armado e contará tudo para a patroa, quando ela estiver prestes a cair na armadilha e aceitar o dinheiro. Em troca, ele pede que ela confirme uma mentira.
“Me paga na mesma moeda. Se alguém, esse Miro, por exemplo, perguntar de mim, diz que eu sou um bom rapaz. Sério. Religioso até”, pedirá, e ela aceita. Na sequência, Miro aparecerá contando toda a verdade para a noiva. “Eu tenho que te confessar. Eu duvidava de você”, anuncia.
“De mim? Nunca te dei motivo pra desconfiança!”, reage. “Mandei um homem aqui te oferecer uma fortuna pra subir com ele. E cê não aceitou”, confessa. “Teve mesmo um homem que queria subir comigo. Tou ofendida, te dei minha confiança. E cê tentou um truque pra cima de mim. Tou magoada até”, rebate.
“Foi bom. Cê provou que é honesta. Fiz o depósito que cê me pediu na tua conta. Tá com o celular aí? Abre e vê. Eu considerei o valor desse estabelecimento. Mais o dinheiro que suponho que cê deve ter guardado. Botei na tua conta. É um dote. Agora cê vai embora comigo”, anuncia.
“Mas eu não posso ir agora. Esse estabelecimento tá no meu nome. Tenho que resolver, pra não deixar pra trás pendência antiga. E vou ser testemunha num processo em Palmas”, explica ela. “Eu te espero. Mas de agora em diante todas tuas noites vão ser minhas”, revela o homem, que está prestes a cair em um golpe.
Logo cedo, Johnny aparecerá no bordel e falará a Leandra que espera o “troco” pelo favor que havia feito. Ele vai até a casa de Eloá, filha do milionário, e arma para ser pego em flagrante. “Johnny. Não devia vir tão cedo. Meu pai tá dormindo aqui do lado. Passou a noite fora”, explica ela.
“Eu sei. Mas eu tava morto de saudade de você”, afirma, e os dois transam ali mesmo, quando Miro ouve os risos e pega um revólver. Ele abre a porta com um chute e ameaça o irmão de Mariano. “Vai daqui direto pro inferno”, anuncia. “Eu me chamo João. Mas me chamam de Johnny”, se apresenta.
“A gente se conheceu, se apaixonou. Eu já vi o senhor. Na noite. Eu estudei, comecei Medicina mas parei”, afirma. “Por vagabundagem”, deduz o homem. “Por necessidade. Minha mãe morreu. Meu irmão, Mariano, que sumiu, era garimpeiro. Mandava o pouco que podia mas não deu pra pagar o curso”, explica.
“Também não sei se tenho vocação pra medicina. Eu queria começar de novo, mas advocacia”, revela. “Ter um genro advogado seria bom. Então, teu irmão sumiu. Fala mais”, questiona, e Johnny explica a situação, dizendo que só conseguiu um emprego no bordel, mas é religioso.
“Desculpa, Eloá, nunca contei. Sou segurança do bordel. Por isso a gente nunca se encontra de noite. Estou disposto a assumir a responsabilidade com sua filha. Sou muito religioso. Se a gente adiantou as coisas, eu ofereço meu nome”, mente. “Vou saber se teu nome vale alguma coisa”, dispara o homem.
“Faz um favor. Bota uma roupa decente pra quando eu voltar”, dirá ele, indo até o bordel para falar com Leandra. Enquanto isso, Eloá o aconselha a fugir, mas ele afirma: “Não vou deixar você sozinha, querida. Eu assumo a responsabilidade”. No bordel, Leandra é surpreendida.
“Leandra, olhe, cê tem visita”, anuncia Desirée. “Preciso tirar umas informações com você. Vim saber de um rapaz que trabalha aqui como segurança. O nome dele é João, e o apelido Johnny”, diz. “É irmão do Mariano, que era garimpeiro, mas desapareceu. Muito, muito trabalhador. Honesto”, mente ela.
“Eu não sei muito, mas parece que estudou, depois parou. Só sei que o rapaz tem ambição na vida”, dispara. “Mas trabalhando aqui, ele deve ser mulherengo”, comenta ele. “As quengas dão em cima, mas nunca se envolveu com ninguém. É muito sério. Até muito religioso”, diz ela, seguindo as orientações.
Miro então sorri e volta a falar com Johnny: “Eu tive as melhores informações a teu respeito, rapaz. Cês anteciparam as coisas, então casam. Eu levo os dois no cartório, azeito quem tiver que azeitar pra o casamento sair depressa. Cês casa é já”. “Que bom, pai. Eu amo o Johnny”, comemora a loira.
“Eu caso. Mas vou ter que ficar um pouco aqui, por causa do processo, estão averiguando o sumiço do meu irmão”, explica. “Também vou ter que ficar por aqui. Mas cês vão pra Palmas, têm a lua de mel lá. Agora toca pro cartório”, finaliza o homem, sem saber que ele explorava uma prostituta do bordel.