Com apenas 35 anos, Marcelo Adnet já é referência da sua geração no que diz respeito a humor e improviso. Com raciocínio rápido, prova que o fato de nunca ter estudado interpretação não faz diferença para ele. Isso porque Marcelo Adnet não se vê como ator, mas como comunicador.

“Eu posso fazer participações, mas não sou ator. Comunicação é mais a minha onda porque abrange tudo, inclusive o humor, que é uma forma de comunicação”, disse o humorista, em entrevista ao programa “Ofício em Cena”, na Globo News, que foi ao ar nesta terça-feira (29). Jornalista de formação, Adnet conta que a mudança de profissão se deu porque, trabalhando em redação, tinha pouca oportunidade de expressar a sua opinião. “Percebi que no palco, fazendo improviso, eu podia dar vazão às minhas opiniões em forma de arte, de cena”, contou ele.

E foi num pequeno teatro, com 50 amigos na plateia e ingresso a R$ 5,00, que ele começou. No palco, estava à vontade ao lado dos amigos Rafael Queiroga, Fernando Caruso e Gregório Duvivier. Cada um com um estilo diferente. Todos estudavam teatro, menos Adnet. Na pauta, o improviso, um de seus maiores atributos. “Quando você acerta um improviso, as pessoas falam: “Uau! Golaço, palmas”. Mas quando você erra, as pessoas se veem ali porque também não saberiam fazer. Então, no improviso, o erro e o acerto são válidos”, acredita.

Do improviso, Adnet descobriu outros talentos, como a imitação. “É muito instintivo. Tenho um ouvido bom, eu acho, por isso tenho facilidade para música, para línguas, para sotaques e para imitação. É um processo super natural, acontece espontaneamente, eu não treino imitação”, explica. “E também existe uma paródia na imitação. Não são imitações puras e simples. Existe uma paródia de estilo, de conteúdo, uma crítica. Isso gera no público algum choque, algum pensamento”, conclui.