“O legal de quando você conta a história do personagem é que você se emociona”, diz diretor de “O Caçador”


Cauã-Reymond_José-Alvarenga
Cauã Reymond e José Alvarenga nas gravações de “O Caçador”
(Foto: Globo/Estevam Avellar)

O diretor global José Alvarenga, que está no comando da série “O Caçador” que estreia nesta sexta-feira e tem como protagonista  Cauã Reymond, concedeu uma entrevista falando sobre o novo trabalho. Confira.

Participe agora do nosso grupo exclusivo do Telegram

Entrevista com o diretor-geral José Alvarenga

“Este é o terceiro policial que eu faço, depois de ‘A Justiceira’ e ‘Força-Tarefa’, e cada um deles tem uma característica específica”
Esta é a primeira vez que você assina a autoria de um projeto? Qual é a sua participação neste processo de criação e a relação com a dupla de autores Marçal Aquino e Fernando Bonassi?
Em muitos dos meus trabalhos eu contribuí no texto. Em ‘Cilada.com’ e ‘Zoando na TV’, por exemplo, eu assino como corroteirista. Este é um processo que já estava surgindo na minha carreira e que se consolidou mais neste projeto: ‘O Caçador’. A gente se apaixonou pela história desde o início e funcionou muito bem a seis mãos.

Como foi a escalação do elenco?
A escolha veio em função destes personagens que são muito ricos. Antes mesmo de aprovar o projeto, eu já tinha procurado o Cauã [Reymond]. Ele leu os primeiros episódios, se apaixonou pelo personagem e topou fazer. Isso facilitou muito pra gente, porque passamos a escrever pra ele.
A escolha da Cleo [Pires] foi em seguida. Eu já tinha um desejo de trabalhar com ela e pensei que ela faria muito bem a personagem Katia. Eu já trabalhei com Alejandro [Claveaux] em ‘Malhação’ e gosto muito dele, acho seu trabalho cinematográfico.
O Ailton [Graça] acrescentou um humor ao projeto e a Nanda [Costa] deu uma exuberância sensual com o contraponto de uma personagem que se torna religiosa.

Receba nossas notícias diretamente no seu WhatsApp


Você costuma trazer atores desconhecidos do grande público como participações especiais nos seus projetos e este em especial tem muitos personagens e atores estrangeiros. Onde encontra estes atores e qual é a intenção por trás desta estratégia?
A gente precisa sempre de novos rostos para personagens novos. Claro que atores podem interpretar vários personagens, mas é legal quando a gente traz rostos desconhecidos. Elas dão veracidade aos papéis.
Neste seriado, teremos muito estrangeiros: franceses, italianos, haitianos, angolanos. Onde esses atores estavam até agora? Nossa equipe de produção de elenco viajou o Brasil inteiro para encontrar estes profissionais. Foi um trabalho de quatro meses de casting e com um resultado muito bom.

Veja também

Grande parte das gravações do seriado foi feita em externas. Em que as externas acrescentam no projeto? Como foi a escolha das locações?
As locações dão uma cara nova para o produto e trazem um vigor e realidade pra todos nós. Elas nos tiram do lugar comum. Gravar fora do estúdio causa um desejo e uma busca pela realidade. As vezes o lugar é quente, e os atores suam muito, isso passa a realidade daquele momento. Se o ator está fazendo uma cena em que bate contra um muro, na locação, aquele muro é uma parede de verdade, ele sente isso.
A busca pelas locações foi longa e trabalhosa. Foram quatro meses em que nosso produtor de locação teve um trabalho diário de visita a possíveis locais, muitos nos subúrbios do Rio, como Marechal Hermes e Nova Iguaçu. Este cenário é um diferenciador do projeto, apostamos muito nisso. Gravamos em locais do Rio de Janeiro que o público não costuma ver na tela.

O Caçador vai além do gênero policial e engloba o drama pessoal do protagonista. Como essa abordagem reflete no seu trabalho?
O trabalho do diretor é administrar as várias tensões provocadas em cena: entre os personagens, das relações amorosas e do suspense – este que joga para o público a história.
O legal de quando você conta a história do personagem é que você se emociona, entra em sintonia com eles. Ninguém se envolve simplesmente com um crime, por exemplo. Não temos essa vivência em nosso dia a dia. Mas a história, o drama do amor e a rejeição dos personagens você vive. E isso ajuda a dar mais base e profundidade na história que estamos contando.

Conte um pouco sobre a estética cinematográfica de ‘O Caçador’.
Escrevemos pensando nesta linguagem desde o início. A gente não escreveu a cena da prisão e depois a colocamos no deserto. A gente imaginou que esta prisão seria no deserto desde o começo. Pensamos no árido, na sensação de abandono. Então a poeira do texto e a desolação do personagem já estão ali. Isto foi resultado de uma direção conjunta ao texto, em que forma e conteúdo seguiram juntos desde o início.

O tempo exerce um papel especial neste seriado, certo?
Tempo é fundamental. André é um personagem muito reflexivo, ele pensa muito sobre tudo que está acontecendo. Mas ele não é passivo, ele reage, ele quer mudar essa história. Ele não aceita as coisas do jeito que estão. O seriado tem este tempo do desenvolvimento das pessoas, do crescimento do personagem.

O que o público pode esperar do seriado?
A gente faz os programas com a expectativa de que o público sinta as emoções que a gente sente, que ele tenha o mesmo prazer que a gente teve em contar esta história, e que ela tenha tanto impacto nele quanto teve na gente. Esperamos que ele vivencie essa narrativa.

🚨 Celso, Patrícia e Rebeca em novo programa + Domingão em 2 partes cancelado + Demissão no SBT        

NOS SIGA NO INSTAGRAM

Logo do TvFoco

TV FOCO

📺 Tudo sobre TV e Famosos que você precisa saber.

@tvfocooficial

SEGUIR AGORA

Autor(a):

Formado em jornalismo, foi um dos principais jornalistas do TV Foco, no qual permaneci por longos anos cobrindo celebridades, TV, análises e tudo que rola no mundo da TV. Amo me apaixonar e acompanhar tudo que rola dentro e fora da telinha e levar ao público tudo em detalhes com bastante credibilidade e forte apuração jornalística.