Record mistura jornalismo com ficção e é criticada por especialistas


Mariana Leão cobriu acontecimento da novela "Vitória"
Mariana Leão cobriu acontecimento da novela "Vitória"
Mariana Leão cobriu um acontecimento da novela “Vitória”

Ponto forte em toda a sua programação, o jornalismo está invadindo a área da teledramaturgia, que tem patinado na audiência nos últimos anos. Com a proposta de alavancar os índices, a emissora colocou uma repórter do “Hoje em Dia” para cobrir a briga de neonazistas na novela “Vitória”.

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Além disso, dois personagens da novela atuaram em uma entrevista fictícia ao programa “Hoje em Dia”, fora Marcelo Rezende, que há alguns dias, narrou a chamada de um filme como se fosse uma situação verdadeira de um crime real. Mas de acordo com alguns especialistas, a emissora está fazendo algo errado.

Segundo o site Notícias da TV, para os especialistas, esse ato é um desserviço ao jornalismo. Na última quarta (23), a repórter Mariana Leão interpretou ela mesma na novela, cobrindo um ataque de neonazistas em um bar, com a marca d’água indicando “ao vivo” e ela segurando o microfone da emissora.

A cena parecia querer convencer o telespectador de que a interpretação era semelhante à realidade. “Estamos registrando o ataque violento de neonazistas no Laiza’s Bar. São marginais que merecem cadeia! Corta, vamos, vamos”, gritou a repórter.

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Na sexta (25), foi a vez dos atores gravarem o “Hoje em Dia”, onde Laíza (Aline Borges) e Mossoró (Ricky Tavares) participaram do programa fictício, mas que também contou com o falso “ao vivo” na marca d’água para dar maior legitimidade à cena. E até Marcelo Rezende entrou na onda.

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O responsável pela maior audiência diária da emissora foi chamado para narrar a chamada do filme “Ruas Sangrentas – O Acerto Final” (2005), exibido na última quinta (24). Em tom de crime policial, o jornalista contou a sinopse do longa, assim como na divulgação de “Breaking Bad” em janeiro.

Mas para os especialistas, esse falso jornalismo não é uma cross media (diálogo entre dois produtos da mesma emissora), comum em novelas da Globo, do SBT e da própria Record. Para Wagner Belmonte, professor de jornalismo da Fapcom, essa é uma atitude equivocada.

“Toda fusão editorial que envolva o jornalismo naquilo que não é o jornalismo levanta dubiedades. Na verdade, não acho que seja um cross media, e sim uma fusão entre o comercial e o editorial, entre o entretenimento e a informação. É preciso refletir sobre o ônus e o bônus desta prática equivocada”, disse.

Para Laurindo Lalo Leal Filho, professor de Jornalismo da ECA-USP, entre o jornalismo e o entretenimento há uma grande fronteira: “[O uso do jornalismo no entretenimento] é um desserviço para a informação e para o jornalismo de TV, que vem sendo deteriorado nos últimos anos. Diminui o caráter de seriedade da notícia e desqualifica a informação”, afirma.

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