A Record está enfrentando uma nova fuga do elenco de sua dramaturgia. Após perder nomes como Simone Spoladore e Leonardo Brício, em 2014, a emissora sofre com mais uma debandada.
A rede de Edir Macedo acaba de abrir mão de Paloma Duarte, sua maior estrela nos últimos anos – que inclusive já negocia seu retorno à Globo – , e da autora Cristianne Fridman, que assinou as bem-sucedidas “Chamas da Vida” (2008) e “Vidas em Jogo” (2011). O canal também não terá mais em seu casting, nomes como Mel Lisboa, Bruno Ferrari, Cacau Melo e Telmo Martinho.
Ao mesmo tempo que assiste a um novo êxodo de artistas, a alta cúpula da Record se prepara para colocar em prática um plano de terceirização do RecNov, sua central de dramaturgia no Rio de Janeiro, que foi construída sob a inspiração do Projac, da Globo. Porém, diferentemente do complexo global, o da Record fracassou. No total, são dez estúdios que estão subutilizados, e atualmente servem apenas para as gravações da novela “Os Dez Mandamentos”. Em breve, um deles será ocupado pelo novo programa de Xuxa Meneghel.
Com a maioria dos estúdios de sua fábrica de novelas parados, a Record ainda não abandonou a ideia de vender o RecNov, mas enfrenta dificuldades em encontrar compradores. A emissora já tem como sonho de consumo se desfazer dos estúdios.
De acordo com um alto executivo da Record – que pede sigilo sobre sua identidade – o canal tem como pretenção terceirizar parte do RecNov assim que terminarem as gravações de “Os Dez Mandamentos”, já no segundo semestre deste ano. A emissora continuará usando o complexo de dramaturgia, com Xuxa e uma nova novela bíblica, mas irá isolar parte dos estúdios para alugá-los. Já há estudos para a construção de portarias e acessos independentes as partes que forem locadas.
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Vice-presidente executivo da Record – e que controla as finanças da emissora – , Marcus Vinicius Vieira é quem está à frente do processo de terceirização do RecNov. Inclusive, ele esteve recentemente em Los Angeles estudando o modelo de terceirização de estúdios de Hollywood.
A Record imagina que com a terceirização do complexo de estúdios irá reduzir o déficit de sua teledramaturgia. A emissora descobriu que fica mais viável fazer novelas em São Paulo, contratando produtoras independentes e alugando a preços subsidiados os estúdios de Paulínia, no interior do estado. Já adotou o processo com “Escrava Mãe”, escrita pelo autor Gustavo Reiz, e que substituirá de “Os Dez Mandamentos”, que está a cargo da Casablanca. Um eventual sucesso da novela de época poderá fazer o modelo de produção ser aplicado a outras tramas produzidas futuramente.
Tramas que não serão mais escritas por Cristianne Fridman. Conforme já informado na semana passada, a autora deixará a emissora em julho, após mais de dez anos de contrato, porque a Record não concordou em conceder o aumento salarial que ela reivindicava. O time de autores da Record passará a ter apenas dois grandes nomes: Carlos Lombardi e Marcílio Moraes.
A falta de profissionais já compromete a produção da Record. A segunda temporada da série “Conselho Tutelar”, por exemplo, está parada porque o diretor, Rudi Lagemann, está trabalhando em “Escrava Mãe”. Parceira da Record na produção, a NBC/Universal Channel já aportou R$ 3 milhões no projeto.
Procurada pelo NTV para falar sobre a terceirização do RecNov, a Record não se manisfestou. As informações são do jornalista Daniel Castro.
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